segunda-feira, 4 de abril de 2016

Música

Quem nunca se pegou sorrindo ao ouvir uma música superanimada no rádio? Pois essa reação espontânea e aparentemente sem razão pode ser explicada. "As músicas carregam um poder emocional-afetivo muito grande e conseguem nos conectar instantaneamente a experiências de vida marcantes", explica Maristela Smith, musicoterapeuta e coordenadora de pós-graduação no tema da FMU, de São Paulo. 

Os acordes desencadeiam emoções primárias como alegria, tristeza, surpresa, amor, medo, raiva e nostalgia, e também atuam fisicamente. "Laboratórios do mundo inteiro vêm pesquisando exaustivamente a forma como o andamento musical, a velocidade, o ritmo e o volume em que escutamos determinadas músicas influenciam na respiração e na pressão sanguínea", acrescenta Nydia do Rego Monteiro, também musicoterapeuta e professora do curso de especialização da Universidade Federal do Piauí. 

A explicação para tamanho impacto está na atuação da música sobre o cérebro humano. "O lado direito do cérebro é mais sensível à melodia e ao canto do que o esquerdo, mas como os circuitos cerebrais se interconectam, o cérebro é influenciado como um todo", justifica Maristela. As emoções positivas geralmente são despertadas diante de músicas chamadas de consonantes, ou seja, relaxantes e harmônicas, capazes de ativar áreas cerebrais envolvidas com as sensações de recompensa ou prazer. A partir daí, há a diminuição do nível de cortisol no organismo, o hormônio do estresse, e uma consequente redução da ansiedade. 

Gosto pessoal conta
Mas para realmente resultar em todos esses benefícios, a música deve respeitar as preferências de cada um. "Uma mesma música pode fazer bem para um e causar o efeito inverso em outro por causa da experiência de vida individual", alerta Nydia. Por isso, é importante conhecer o que você realmente gosta de ouvir, não só para optar pela trilha sonora que proporciona bem-estar, mas também a fim de evitar aquelas canções que acabam deixando-o irritado ou cabisbaixo. 

Como regra geral, a música que agrega deve remeter a momentos de bem-estar e não necessariamente é a mais agitada. Nos momentos de tristeza o estímulo pode ser mais eficiente quando vindo de uma música mais dramática, de acordo com Sofia Cristina Dreher, musicoterapeuta e coordenadora de bacharelado sobre o tema nas Faculdades EST, no Rio Grande do Sul.  "Quando estamos tristes, normalmente uma música agitada demais nos irrita", observa.

Músicas instrumentais são ótimas pedidas quando a cabeça está a mil e é preciso desacelerar. "Por não terem letra, elas não estimulam tanto o hemisfério racional, propiciando a calma mental. Além disso, como não nos sentimos na obrigação de acompanhar a letra, deixamos a mente mais livre", esclarece Nydia. "Também é provável que, mesmo sem perceber, comecemos a sintonizar a música com a respiração". Cantar músicas que expressam o que você está sentindo também pode ser interessante. "Você acaba projetando toda aquela energia contida e que precisa sair. Como resultado, provavelmente se sentirá mais leve", aposta.

Referência:http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2013/06/03/ouvir-musica-e-uma-boa-estrategia-para-relaxar-e-desacelerar-a-mente.htm

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